Vivemos hoje em uma sociedade complexa, plural, diversa e desigual, em que o tema Educação para a Diversidade e Cidadania conduz a uma grande reflexão e a um desafio, pois somos parte integrante desta sociedade.
Como cidadãos promotores de uma política educacional, reconhecemos que a luta pelos direitos e respeito às diferenças não pode se dar de maneira isolada, mas sim, como resultados de práticas culturais, políticas, sociais e pedagógicas, que reconheçam a participação de toda sociedade extrapolando os muros escolares.
A escola deve constituir-se em um dos espaços socioculturais onde as diferenças se encontram, criando condições adequadas à formação integral do cidadão.
Este espaço tem como objetivo promover reflexões e aprendizagens sobre os temas da Educação para a Diversidade e Cidadania, contribuindo para a ressignificação da prática docente enquanto elemento potencializador da transformação do ambiente escolar e da sociedade.

terça-feira, 29 de março de 2011

Poema da diversidade


UM É MAGRELO

OUTRO É GORDINHO
UM É CASTANHO
OUTRO É RUIVINHO


UM É TRANQUILO
OUTRO É NERVOSO
UM É BIRRENTO
OUTRO É DENGOSO


UM É LIGEIRO
OUTRO É MAIS LENTO
UM É BRANQUELO
OUTRO É SARDENTO


UM, É PREGUIÇOSO
OUTRO, ANIMADO
UM É FALANTE
OUTRO É CALADO


DE PELE CLARA
DE PELE ESCURA
UM, FALA BRANDA
O OUTRO, DURA


TUDO É HUMANO,
BEM DIFERENTE
ASSIM, ASSADO
TODOS SÃO GENTE








Autora: Tatiana Belinky
Disponível em: <http://www.dihitt.com.br/barra/poema-da-diversidade>





sábado, 26 de março de 2011

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTICO-RACIAIS: O BRASIL AFRO

Ao ler o texto de Dagoberto José Fonseca podemos fazer uma reflexão sobre algumas informações importantes sobre as relações étnicos- raciais da sociedade brasileira.
Sabemos que no Brasil existe uma mistura muito grande de raças. Nunca paramos para refletir sobre as pesquisas governamentais e não governamentais, que são coletados dados somente da cor da pele e acaba desprezando todo o conjunto que forma o sujeito e política de determinado segmento social e étnico-racial.
Outra colocação importante é o caso de pessoas afro-brasileiras que buscam mudar suas cores, pois nas pesquisas do IBGE é colocado cor parda ou preta e não afro-brasileira, negando o pertencimento étnico-racial. (Moura, 1998).
A discriminação se estabelece pela diferença seja de ordem social, étnico-racial, religiosa, cultural, econômica, política, lingüística e fenotípica.
A partir do momento que um grupo não participa de outro grupo ou que não tenha vínculo, identitário, ocorre a discriminação no qual exclue o ser humano de participar da vida em sociedade.
No Brasil temos o preconceito, o racismo, a marginalização em todo o lugar, é preciso combater estas práticas a fim de superá-las para tornar o país mais digno e fraterno para todas as pessoas.
No início do século XX os afro-brasileiros reagiram às práticas de exclusão e buscaram integrar-se à nova ordem econômica.
Segundo Florestan Fernandes (1978, p. 275) os afro-brasileiros começaram a investir na instrução, como fator de integração sócio econômica e de competição com os brancos, valorizando a escola e a aprendizagem escolar como um bem supremo.
Cabe á nós educadores refletirmos sobre os nossos valores e ao trabalharmos com o público infantil devemos tomar muito cuidado com estes valores e preconceitos para que possamos transmitir para eles, pois independente de qualquer etnia-raça ou grupo social, devemos realizar o nosso trabalho com êxito não deixando que o livro didático venha a ser a única opção para se trabalhar com as crianças e sim um instrumento de apoio para reflexão.
Fonte: Texto de Dagoberto José Fonseca

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Segundo o texto de Capellini é preciso que hajam mudanças nas representações sociais, nas infraestrutura e ações de sensibilização, informação e convencimento.
Para que se tenha uma sociedade inclusiva é necessário que perpasse por questões de formação do cidadão, convivendo com a diversidade constituindo como princípio básico a valorização das diferenças e para que tudo isto aconteça é preciso compreender que igualdade não se faz sem a garantia de equidade.
O texto traz também a história e os avanços da política de educação.
Se faz necessário estudos e reflexões em reuniões pedagógicas e H.T.P.s sobre a proposta pedagógica da escola, lembrando sempre que a educação para todos deve prever o atendimento à diversidade de necessidades e características da demanda escolar (Sousa e Prieto, 2002).
Ao contextualizar a história da educação especial, sabemos que toda criança é capaz de aprender desde que sejam oferecidas as condições necessárias e estímulos.
Sendo assim, nós educadores da formação de novos cidadãos temos que refletir a fim de termos uma sociedade mais inclusiva.
Cabe aos educadores buscarem caminhos educativos para favorecer uma qualidade educacional para os alunos com deficiência, levando em conta as características individuais e necessidades de cada aluno.
Temos que ser flexíveis à todo o momento e não ficar apenas fechado a uma rotina, ser criativo a fim de favorecer a aprendizagem e deve avaliar sempre o seu trabalho, seu desenvolvimento em relação à si próprio e não aos outros.
E para que tudo isto aconteça de formar tranqüila é preciso que o ambiente seja estimulador, acolhedor, significativo a fim de atender à todos os alunos em suas necessidades para formarmos cidadãos.
Fonte: Texto de Vera Lúcia Messias Fialho Capellini, Eliana Marques Zanata e Elisandra André Maranhe.

sábado, 19 de março de 2011

Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica - Uma reflexão sobre Diversidade e Currículo

No contexto da diversidade, as diferenças se tornam motivo de desigualdade, promovendo o conflito nas relações humanas: como a Escola reflete os conflitos vividos na sociedade? Como o currículo lida com tais conflitos, já que é ele que norteia o fazer pedagógico da escola? Como o currículo trata de questões como o preconceito, discriminação, raça, racismo, gênero, etnia, sexualidade, homossexualidade, homofobia, deficiência física e /ou mental, e tantas outras questões, que nos tornam tão singulares e únicos?

O preconceito se baseia na opinião que se forma antecipadamente, com base em informações acerca de pessoas, grupos e sociedades em geral, infundadas ou baseadas em estereótipos que se transformam em julgamento prévio negativo, gerando, assim, a discriminação, que é a materialização de tais preconceitos em ações, em alguns e não raros casos violentos.

A luta histórica da mulher na conquista e garantia de direitos, tem avançado de forma acelerada nas últimas décadas, entretanto, ainda é muito forte a desigualdade de tratamento no que se refere às questões de trabalho, ainda é muito tímida a inserção da mulher na vida política do País e, a cada dia se vê nos noticiários mais casos de violência contra a mulher.

O reconhecimento de reivindicações históricas da comunidade afro-brasileira implica na efetivação de direitos sociais, civis, culturais e econômicos; isso requer a aplicação efetiva da Lei n. 10.639 e uma transformação de comportamentos, bem como a implementação e a promoção do debate entre os vários atores da Escola na discussão étnico-racial. É importante salientar que, aqui, tratamos de uma reestruturação dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial e social do Brasil.

As questões da sexualidade são tratadas de acordo com um padrão de moralidade pautado em critérios conservadores, machistas e tradicionalistas; isso se torna mais evidente e forte no que diz respeito aos homossexuais, lésbicas, transexuais, etc., não podendo deixar de ser lembrada a questão da gravidez na adolescência e de adolescentes infectados com HIV e de outros jovens infectados, que não têm conhecimento.

A gravidez na adolescência é uma questão que precisa ser enfrentada, tanto no que diz respeito às formas contraceptivas, quanto à permanência da mãe adolescente na escola, já que o número de partos antes dos dezenove anos continua alto e, como na grande maioria das vezes, essa gestação não é planejada e nem é fruto de uma união estável; essa realidade é uma das responsáveis pelos altos índices de evasão escolar.

Mesmo com inclusão da sexualidade como tema transversal, os projetos na temática ainda são pequenos e solitários, normalmente feitos por alguns(mas) trabalhador(as) em educação. Trabalhar a temática da sexualidade produz sofrimento e resistência social, religiosa e pedagógica, pois tratam o sexo do ponto de vista do pecado, da doença, da negação do prazer, ressaltando a hipocrisia sexual da sociedade contemporânea.

Nosso convívio com as pessoas portadoras de deficiência nas escolas comuns é recente e gera ainda muito receio entre os (as) educadores(as) que as compõem. Muitos professores se sentem assustados por não disporem de uma formação suficiente para enfrentar o desafio de uma escola inclusiva.

Não se pode aceitar que apenas a presença de alunos(as) com necessidades educativas especiais na escola seja a concretização de uma educação inclusiva. Além de oferecer oportunidades e espaços que propiciem o contato, a sociabilidade e a integração e convivência do(a) aluno(a), a escola deve também oferecer condições para que este(a) aluno(a) tenha acesso aos conhecimentos destinados a todos(as) os(as) demais alunos(as).

Oferecer uma resposta adequada à diversidade dos(as) alunos (as) exige, acima de tudo, uma preocupação especial com a formação daqueles(as) que receberão e trabalharão com esse(a) aluno(a). É necessário reforçar a formação continuada dos(as) trabalhadores(as), bem como discutir o currículo dos cursos de licenciatura das agências formadoras de profissionais da educação.

Talvez, o maior desafio a ser enfrentado por uma educação com propostas de inclusão seja ode convencer os pais, especialmente os que têm filhos excluídos das escolas comuns, de que precisam fazer cumprir o que a Lei prevê quando se trata do direito à educação.

Que diversidade pretendemos que esteja contemplada no currículo das escolas e nas políticas de currículo, onde a diversidade que encontramos em nossa cultura está diretamente ligada às comunidades tradicionais, quer sejam os indígenas, quilombolas, seringueiros, agricultores, pescadores, demais povos da floresta e de religiões diversificadas, que constroem seus conhecimentos?

Como podemos valorizar a diversidade presente nas comunidades tradicionais com direito ao reconhecimento dos seus saberes de forma a considerar sua incorporação aos currículos escolares, conforme seus valores e potencialidades?

O conceito de cultura necessita ser (re) discutido e definido claramente.

Considerando que o Brasil apresenta as mais variadas formas de manifestações culturais, é necessário que a escola se abra para a aceitação e valorização dos mais diferentes modos de vida e, consequentemente, de sua expressão cultural, contudo, entende-se que o(a) aluno(a) tem o direito de se apropriar de outras formas de cultura, inclusive, da chamada cultura erudita, até como forma de detentores dos saberes e conhecimentos, antes, privilégio de uma classe social específica, possa estar preparado para competir em nível de igualdade.

Não se pode conceber que haja uma cultura “popular” e uma outra erudita, à qual, somente um grupo da sociedade tem acesso. Nesse sentido, entendemos que o currículo deve contemplar as mais variadas culturas, respeitando as diferentes raízes da composição do povo brasileiro, devendo também promover o acesso às demais expressões culturais.

Os desafios de uma sociedade cada vez mais competitiva exigem também uma escola que forme um(a) cidadão(ã) integrado(a) a essa sociedade, uma vez que há, ainda, a presença da inibição e do receio nas discussões dessa natureza. Dessa forma, uma melhor adequação curricular permitirá que o indivíduo se sinta preparado, ao sair da escola, para enfrentar o mundo profissional em uma sociedade globalizada.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A Escola Inclusiva e a Diversidade

Embora não seja a Escola o único lugar onde acontece a educação, na sociedade atual a educação Escolar crescentemente se faz indispensável para a cidadania autônoma e competente. Constitui-se a Escola em espaço especialmente organizado para que se dê a construção de valores, conhecimentos e habilidades necessárias ao pleno, consciente e responsável exercício da democracia.

Estrutura-se a Escola através dos sujeitos que dela fazem parte e das relações que estabelecem entre si e com o meio. Nestas relações aparece a singularidade de cada sujeito, a sua cultura, o seu ponto de vista, a sua leitura de mundo, que comunicados aos outros, contribuem para a construção de conhecimentos reelaborados.

Na qualidade de espaço instituído pela esfera política e mediatizado pelo Estado, pela família e a sociedade, a Escola por integrar um amplo e complexo sistema social que não é neutro, pois se compõem de grupos diversos e por vezes divergentes, sofre intervenção dessas esferas, não sendo também ela uma instituição neutra, isolada, uma vez que representa os interesses da sociedade como construção histórica.

A Escola é a instituição responsável pela passagem da vida particular e familiar para o domínio público, tendo assim função social reguladora e formativa para os alunos.

A Escola é a instituição por intermédio da qual a criança se introduz no mundo público, e daí o papel do Estado em relação a todas elas. À família cabe o dever de garantir à criança o que é típico do domínio privado do lar, e ao Estado cabe garantir o direito indispensável da criança à educação Escolar, pois é ela que faz a transição entre essas duas vidas. (MANTOAN).

Acima de tudo, a Escola tem a tarefa de ensinar os alunos a compartilhar o saber, os sentidos diferentes das coisas, as emoções, a discutir, a trocar pontos de vista. É na Escola que desenvolvemos o espírito crítico, a observação e o reconhecimento do outro em todas as suas dimensões.

Entretanto, ao analisar a realidade das nossas Escolas, percebo que a mesmas estão preparadas para receber um aluno idealizado. Tem um projeto educacional elitista, meritocrático e homogeneizado, o que faz com que ela venha produzindo situações de exclusão que, injustamente, prejudicam a trajetória educacional de muitos estudantes, pois certamente um aluno diferenciado, ao ingressar nessa estrutura, será excluído, parecendo esse movimento ser próprio à estrutura e ao funcionamento da Escola. Esta privilegia determinados conhecimentos e comportamentos, negando a diversidade, e esforçando-se para codificar a produção social a partir de certos valores. Parece que a Escola e sua comunidade não estão preparadas para acolher um aluno mais diferenciado, podendo acontecer de, no ensino regular, a inclusão, por força de lei, pode ser mais desastrosa do que se possa prever.

Os sistemas Escolares também montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os professores em especialistas nesta e naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista e formalista, própria do pensamento científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador. Sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo Escolar para produzir a reviravolta que a inclusão impõe.

Pode-se dizer que as causas fundamentais que têm promovido o aparecimento da inclusão são de dois tipos: por um lado, o reconhecimento da educação como um direito, e, por outro, a consideração da diversidade como um valor educativo essencial para a transformação das Escolas.

É importante considerar e compreender que a sociedade atual é a sociedade do estereótipo, das crenças prévias. A partir de imagens estereotipadas, cultiva-se a crença de que existe um saber universal, que se coloca como um produto acabado a ser seguido por todos, produzindo preconceitos do que se acredita que os sujeitos devam ser. Porém, o saber ali apresentado é um produto externo aos sujeitos, tornando-se inconsistente, uma vez que não fala de sua realidade. Acaba emergindo um saber que se transforma em preconceitos, gerando, gradativamente, discriminação e tratamento desigual dos sujeitos.

Vale ressaltar que o que de fato vem sendo excluído da sociedade é justamente a diferença, a singularidade, as exceções. O que se espera de todos é a semelhança, o grupo, a padronização. A diversidade cultural constitui um problema para a convivência humana, pois, por meio dos “ideais” sociais, que são difundidos e assimilados por todos, são determinados os modelos, de acordo com os quais o sujeito deve agir. Temos consciência de que a sociedade possui uma visão de homem padronizada e classifica as pessoas de acordo com essa visão. Elegemos um padrão de normalidade e nos esquecemos de que a sociedade se compõe de homens diversos, que ela se constitui na diversidade, assumindo de um outro modo as diferenças. Este deve ser um trabalho necessário, o de mudar a imagem que a sociedade tem das pessoas especiais e rever esta exigência de que todos devem ser iguais e seguirem padrões e normas para demonstrarem essa igualdade.

Muito freqüentemente, as diferenças entre alunos são vistas como um problema. Muitas pessoas acreditam que as diferenças dos alunos em relação a ajustes educacionais são dificuldades que necessitam ser trabalhadas, melhoradas ou os alunos precisam estar “prontos” (homogeneizados) para se encaixarem em uma situação de aprendizagem. Essa visão pode ser um grande inconveniente, prejudicando, assim, o processo de aprendizagem nas salas de aula que tentam promover valores e oportunidades de aprendizagem inclusivas para todos os alunos.

Para que a inclusão seja bem sucedida, as diferenças dos alunos devem ser reconhecidas como um recurso positivo. As diferenças entre os alunos devem ser reconhecidas e capitalizadas para fornecer oportunidades de aprendizagem para todos os alunos da classe.

A educação inclusiva é um meio privilegiado para alcançar a inclusão social, algo que não deve ser alheio aos governos e estes devem dedicar os recursos econômicos necessários para estabelecê-la. Mais ainda, a inclusão não se refere somente ao terreno educativo, mas o verdadeiro significado de ser incluído. Está implícita na inclusão social, a participação no mercado de trabalho competitivo, sendo este o fim último da inclusão.

Sendo assim, a educação inclusiva não é tarefa somente da Escola, ela deve caminhar junto com a construção de uma sociedade inclusiva, pois a instituição Escolar precisa estar relacionada ao sistema social, político e econômico vigente na sociedade. A educação inclusiva implica na implementação de políticas públicas, na compreensão da inclusão como processo que não se restringe à relação professor-aluno, mas que seja concebido como um princípio de educação para todos e valorização das diferenças, que envolve toda a comunidade Escolar.

A Declaração de Salamanca, elaborada em 1994, na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais na Espanha, enfatiza a necessidade de que a educação seja assumida com a mais alta prioridade política e financeira, incluindo mudanças nas leis educacionais, incorporação de mecanismos democráticos na gestão das Escolas, implementação dessa temática em programas de formação inicial e em serviço, e existência de mecanismos favorecedores do processo de inclusão.

“Sem dúvida, a razão mais importante para o ensino inclusivo é o valor social da igualdade. Ensinamos os alunos através do exemplo de que, apesar das diferenças, todos nós temos direitos iguais. Em contraste com as experiências passadas de segregação, a inclusão reforça a prática da idéia de que as diferenças são aceitas e respeitadas. Devido ao fato de as nossas sociedades estarem em uma fase crítica de evolução, do âmbito industrial para o informacional e do âmbito nacional para o internacional, é importante evitarmos os erros do passado. Precisamos de Escolas que promovam aceitação social ampla, paz e cooperação.” (STAINBACK, 1999, p. 26 e 27)

Deste modo, é importante salientar que, a principal razão para a inclusão não é que os alunos previamente excluídos estarão necessariamente se tornando proficientes em socialização, história ou matemática, embora seja óbvio que nas turmas inclusivas há mais oportunidades para todos crescerem e aprenderem. Ao contrário, a inclusão de todos os alunos ensina ao aluno portador de deficiências e a seus colegas que todas as pessoas são membros igualmente valorizados da sociedade, e que vale a pena fazer tudo o que for possível para poder incluir todos na nossa sociedade.

A inclusão é percebida como um processo de ampliação da circulação social que produz uma aproximação dos seus diversos protagonistas, convocando-os à construção cotidiana de uma sociedade que ofereça oportunidades variadas a todos os seus cidadãos e possibilidades criativas a todas as suas diferenças.

Segundo Diniz e Vasconcelos (2004), “o princípio fundamental da Educação Inclusiva consiste em que todas as crianças devem aprender juntas, onde isso for possível, não importando quais dificuldades ou diferenças elas possam ter.”

Defendo também, desde a educação infantil, a inserção escolar da criança com deficiência no sistema regular de ensino. Isso constitui uma possibilidade de ela ter uma trajetória educacional mais favorável para suas aprendizagens, na medida em que partilha de um ambiente marcado pelo princípio do “todos”, e não pela idéia do “alguns”. E vive a possibilidade de conhecer formas de estar no mundo e de aprender que são diferenciadas da sua, podendo experimentar situações de aprendizagem mais rica para si mesma e para possibilidades de intervenção pedagógica.

Para reforçar, acredito que uma Escola inclusiva adota práticas baseadas na valorização da diversidade humana, no respeito pelas diferenças individuais, no desejo de acolher todas as pessoas, na convivência harmoniosa, na participação ativa e central das famílias e da comunidade local em todas as etapas do processo de aprendizagem. E, finalmente, na crença de que, qualquer pessoa, por mais limitada que seja em sua funcionalidade acadêmica, social ou orgânica, tem uma contribuição significativa a dar a si mesma, às demais pessoas e à sociedade como um todo.

Para uma Escola tornar-se inclusiva, ou seja, uma instituição que, além de aberta para trabalhar com todos os alunos, incentiva a aprendizagem e a participação ativa de todos, faz-se necessário um investimento sistemático, efetivo, envolvendo a comunidade Escolar como um todo. Para isso efetuar-se de maneira satisfatória, é ainda necessário que a Escola tenha estímulo e autonomia na elaboração de seu projeto pedagógico, que possa elaborar um currículo Escolar que reflita o meio social e cultural onde os alunos estão inseridos; que tenha a aprendizagem como eixo central em suas atividades Escolares e que reconheça o enriquecimento advindo da diversidade.

Texto de: Cirlandia Rouseline Almeida Costa, Aluna do Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão.
Disponível em <http://www.soprando.net/estudantes/a-escola-inclusiva-e-a-diversidade>, acesso em 07 de março de 2011.




DIVERSIDADE CULTURAL

É O EDUCADOR QUE DEVE PROPORCIONAR VÁRIOS TEMAS EM SALA DE AULA QUE POSSIBILITEM TANTO O CONHECIMENTO DE HÁBITOS E COSTUMES SOCIOCULTURAIS DIVERSOS QUANTO A ARTICULAÇÃO COM AQUELES QUE AS CRIANÇAS CONHECEM, COMO TIPOS DE ALIMENTAÇÃO, VESTIMENTAS, MÚSICAS, JOGOS E BRINCADEIRAS, BRINQUEDOS, ATIVIDADES DE TRABALHO E LAZER, ETC. ASSIM, AS CRIANÇAS PODEM APRENDER A ESTABELECER RELAÇÕES ENTRE O SEU DIA-A-DIA E AS VIVÊNCIAS SOCIOCULTURAIS, HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS DE OUTRAS PESSOAS, GRUPOS OU GERAÇÕES.

RESPEITO A DIVERSIDADE

Temos o dever de respeitar a todos independente de sua cor ou raça, pois afinal todos somos seres humanos e temos o dever de refletir com os nossos alunos sobre a diversidade de hábitos, modos de vida e costumes de diferentes épocas, lugares e povos, e propiciar o conhecimento da diversidade de hábitos existentes no universo mais próximo (cidade, bairro, país)(RCNEI)