Vivemos hoje em uma sociedade complexa, plural, diversa e desigual, em que o tema Educação para a Diversidade e Cidadania conduz a uma grande reflexão e a um desafio, pois somos parte integrante desta sociedade.
Como cidadãos promotores de uma política educacional, reconhecemos que a luta pelos direitos e respeito às diferenças não pode se dar de maneira isolada, mas sim, como resultados de práticas culturais, políticas, sociais e pedagógicas, que reconheçam a participação de toda sociedade extrapolando os muros escolares.
A escola deve constituir-se em um dos espaços socioculturais onde as diferenças se encontram, criando condições adequadas à formação integral do cidadão.
Este espaço tem como objetivo promover reflexões e aprendizagens sobre os temas da Educação para a Diversidade e Cidadania, contribuindo para a ressignificação da prática docente enquanto elemento potencializador da transformação do ambiente escolar e da sociedade.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

SUJEITOS E SABERES DA EDUCAÇÃO NO CAMPO

SUJEITOS E SABERES DA EDUCAÇÃO NO CAMPO
Muitas vezes achamos que os alunos que estão situados no campo são aqueles que apresentam certas dificuldades de aprender, que todo momento dependem de uma pessoa para direcionar o que fazer.
Sabemos que a educação que chega a esta população é bem precária, restringindo somente aos conhecimentos básicos.
Sendo assim resta a esta população ser explorada como sempre ocorreu historicamente em nosso país.
Está na hora de repensarmos sobre este currículo, que possa vir atender as especificidades e diversidades de cada população e região.
Sabemos que a oferta de empregos para a cidade é bem grande, e estas pessoas, acabam deixando o campo, para viver uma ilusão nas grandes cidades.
Com isto acabam deixando sua cultura e seus valores ao migrarem para as cidades, onde segundo o texto eles permanecem marginais e excluídos.
A taxa de analfabetismo no campo é bem maior em relação ao da cidade.
É muito relevante a colocação de Saviani quando diz que a educação popular, na primeira República coincidia com o conceito de educação pública, isto é, o poder público devia oferecer a toda a população a educação elementar da escola primária.
A educação do campo em sua especificidade, não é uma realidade que tende a desaparecer, pois milhões de brasileiros vivem neste meio rural.
Segundo o Conselho Nacional de Educação ao elaborar as Diretrizes Operacionais para a Educação básica nas escolas do campo estabelece que estas diretrizes têm em vista colocar um conjunto de princípios e procedimentos que visam adequar o projeto institucional da escola do campo às Diretrizes Nacionais da Educação Básica.
Sendo assim, a educação é direito de todos e deve ser universalizada tanto na área urbana como no campo. É preciso que a população do campo seja valorizada e reconhecida como  direitos humanos.
Para que tudo isto ocorra é preciso repensar sobre a educação, onde valorize e respeite a cultura e espaço de cada um, e que tenha uma educação de forma contextualizada.
É preciso garantir o direito da igualdade de condições de aprendizagem onde uma escola do campo necessita de uma educação em que haja alternância entre a formação agrícola na propriedade e a formação teórica geral na escola.
Assim, irão aprender tanto com as disciplinas básicas, como também a preparação para a vida associativa e comunitária.
Surge a partir disto uma alternativa, a Pedagogia de alternância, onde um período ele fica na escola para aprender os conhecimentos básicos e específicos e outro vai para o campo, por em prática o que aprendeu, aproximando o meio escolar do meio familiar.
Na educação no campo, o calendário de férias é diferente da escola da cidade, pois no mês de colheita é muito corrido, sendo assim o período de férias para estes alunos é agosto e setembro e não julho como na cidade, conseguindo assim atender as necessidades da família.
Cabe á nos educadores construirmos a partir disto um currículo que venha atender a todos do campo, sem discriminações e que possa respeitar a cada um em suas diferenças e vivências de modo que garanta instrumentos de convivência social, sistematizando suas aprendizagens e construindo um conhecimento pessoal e intransferível.
Fonte: Texto de Antonio Francisco Marques e Eliana Marques Zanata

Nenhum comentário:

Postar um comentário